terça-feira, 14 de julho de 2009

Sra Andréa Albertine



A Associação das Travestis, Transexuais e Transgêneros (ASTRA RIO), organização de abrangência estadual com associadas em todo o estado do Rio de Janeiro, cuja missão objetiva: organizar, associar e atender as demandas da população de Travestis, Transexuais e Transgêneros deste estado,assim como promover a cidadania e defender os direitos destes segmentos, afirmando a livre orientação sexual e identidades de gênero.

Vem por meio desta manifestar publicamente seu pesar pelo falecimento de uma de suas sócias fundadoras a Sra Andréa Albertine falecida dia 9 de julho de 2009 em Mauá SP , aos 22 anos, Andrea teve seu contato com esta instituição desde sua fundação quando ainda menor de idade residia sobre a guarda da nossa primeira presidente Hanna Suzart, tornando-se uma das sócias fundadoras.Seu grande sonho era a realização da cirurgia de adequação genital, para poder estudar, trabalha e ter uma vida “NORMAL”. Ainda menor enfrentou junto com Hanna toda desgastante e ultrajante batalha para poder terminar seus
estudos, a negativa de diversas escolas em aceita-la respeitando sua identidade de gênero foi o primeiro obstáculo, que mesmo após superado não foi o suficiente para garantir a permanência e a conclusão dos estudos; pois além do desrespeito cotidiano de professores e alunos, durante uma festa na escola a mesma foi cercada e impedida de participar por um grupo de “PAIS” de alunos que a insultaram e ameaçaram fazendo com que ela evadisse do ambiente escolar.

Embora tenha obtido notoriedade internacional , envolvendo-se no episódio com o jogador de futebol “Ronaldo”e julgada e enxergada por este episódio, é de desconhecimento de todos a sua garra e vontade em vida para que um dia pudesse ter sua auto-sustentabilidade longe das calçadas, Andrea tinha vários cursos concluídos e também foi minha aluna participando do projeto “DAMAS” da Prefeitura do RJ , projeto este que visava encaminhar Travestis e Transexuais ao mercado formal de trabalho, e foi muito bem avaliada.

Participou ativamente dos processos das Conferencia LGBT municipal e estadual como delegada , empenhada na construção de um futuro mais digno para nosso segmento.

A prostituição, o escândalo e achincalho público a que Andrea foi associada justa ou injustamente eu não sei, mas serve claramente para avaliar a mola que impulsiona o trágico processo de exclusão de Travestis e Transexuais que depois de assumirem sua identidade na maioria das vezes se percebem menores sozinhos, que encontram no sub mundo da prostituição sua única forma de auto sustento e na sociedade uma sucessão de portas fechadas que impedem sua acensão inclusão e desenvolvimento.

Para nós Diretoras e associadas da ASTRA RIO , ela foi e sempre será uma irmã como todas que fazem parte deste colegiado de Travestis e Transexuais guerreiras que merecem nosso respeito carinho e deferência por sua luta e sua coragem de existirem na sua verdade , mesmo pagando tantos e altos preços.

Oramos que Deus a receba de forma diferente a que foi tratada em sua passagem aqui na Terra, pois ela a receberá com a verdadeira isonomia de tratamento , onde nossa irmã Andrea descansará em paz, aqui fica para os amigos e sua família Mãe e Irmãos ( com quem ela se relacionava muito bem ) a tristeza e o vazio , mas também a certeza do
dever da continuidade da luta por uma sociedade mais justa e igualitária.

Aos meios de imprensa, exponho minha decepção por ve-los em sua grande maioria cometendo os mesmos desrespeitos de sempre seja a sua identidade de gênero ou com a suposta causa mortis, esperamos que as Travestis e Transexuais possam ser retratadas com respeito a sua identidade feminina e a sua condição de cidadã brasileira.

Vá com Deus, Companheira
Sem Mais,

Majorie Marchi
Presidente ASTRA RIO
Assinam Junto:
Diretoria ASTRA RIO
Associadas ASTRA RIO
Conselho Fiscal ASTRA RIO


Andréa chegou a participar de uma reunião do Terças Trans. Ficou de voltar na próxima reunião, mas não deu tempo. Respeitaremos a sua identidade de gênero, como transexual feminina, e continuaremos sempre repudiando toda e qualquer manifestação transfóbica por parte da mídia. A visão que queremos conservar de Andrea é a de uma menina como qualquer outra que precisava de apoio e tinha vontade de mudar de vida.

Alessandra Saraiva
STT - APOGLBT SP

quarta-feira, 8 de julho de 2009

MÊS DE JULHO - TERÇAS TRANS ESPECIAL - MÊS DA SAÚDE TT

23.06.2009 - Silicone Líquido! Onde mora o perigo? Cinedebate: filme Bombadeira.








Muitas pessoas vieram prestigiar a reunião de hoje. Começamos com a exibição do filme Bombadeira de Luiz Carlos de Alencar que fala sobre a vida das travestis em Salvador e também da sua relação com o silicone líquido e com as bombadeiras (a pessoa que injeta o silicone líquido e modela o corpo da paciente).

O filme em já fala por si. São cenas fortes e reais que ilustram bem a realidade de quem vive lado a lado com a exclusão social. Os procedimentos "cirurgicos" de injeção de silicone industrial são altamente dolorosos e sem nenhum tipo de aparato emergêncial. E fica então a pergunta: pq o uso de silicone industrial é tão comum no meio das Travestis, se sabemos os riscos que estamos correndo? - que são muitos!

O uso do silicone industrial é decorrente da necessidade da travesti e da transexual de alterar o seu corpo e adequá-lo a sua realidade psiquica. Sem condições financeiras que banquem os altos custos cirurgicos e ainda o enfretamento do preconceito da classe médica, não resta alternativa senão apelar para o uso do produto, que é tóxico e causa sérios danos a saúde.

No filme, histórias de pessoas que usaram, que se deram relativamente bem, que se deram muito mal, e também de parceiros de travestis que morreram por conta da aplicação de silicone.

No salão de reunião, uma trans nos conta como foi a sua experiência com o silicone líquido e o quanto foi discriminada no sistema de saúde público por conta disso. Devido ao desconhecimento, muitos médicos a trataram com descaso e indiferença. Ou de maneira extraordinária causando constrangimento. Mais uma vez citamos a questão do nome social como um obstáculo ao acesso à saúde por parte desta população.

O tempo se foi em meio ao relato, mas ficamos de conversar mais sobre o assunto durante as próximas reuniões. Este assunto não é novidade, mas ainda há muito o que dialogar, principalmente com os gestores de saúde, tendo em vista o desconhecimento da classe médica sobre as nossas demandas.

Nos encontramos na próxima!!

09.06.2009 - TRAVESTIS






















A reunião desta terça contou com a participação de Keila Simpsom, ex presidente da ANTRA - Articulação Nacional de Travestis e Transexuais.

A reunião começou com a pegunta: quem se sente/identifica como travesti?

Duas pessoas levantaram a mão e elas falaram o por que se identificam desta maneira e das suas experiências de como é assumir e ser travesti.

Quebrando todos os preconceitos e estigmas, nossas colegas demonstram o quanto ser travesti não está intimamente ligado ao fetiche, muito menos a marginalidade. Buscam explicar o quanto a construção do feminino pode se dar de maneira integral e gerar orgulho, mesmo que adimitam a presença constante da exclusão.

Keila contou de suas experiências de vida e de como superou muitas vezes o ataque da própria policia. Renatinha, também militante, contou da sua experiência de assumir depois dos 40 anos e como isso teve um impacto positivo na sua vida. Ambas tem orgulho de ser Travesti.

Ainda assim, fiquei perplexa de notar como no nosso grupo, que é um grupo relativamente grande, só temos duas travestis realmente assumidas, sendo que uma era convidada de fora do estado. Longe de discriminar quem quer que seja, usamos esta deixa para dialogarmos sobre a questão. Surgiu então uma discussão sobre o termo TRANSEX, super usado hoje em dia pela mídia e também a distância que existe do diálogo produzido pela militância TT e o usado pelas travestis em geral.

Quem seriam as Transex? Seria uma forma de burlar o preconceito e assumir uma identidade menos marginalizada do que o termo travesti? Seria uma indecisão da pessoa, quando ainda não sabe se é travesti ou transexual e neste meio-tempo se denominaria Transex? Ou seria uma influência midiática que cria um novo conceito do que é Travesti, ainda fugindo do estigma marginalizado e da prostituição?

Fica um assunto para ser comentado aqui no TLog.

Esperamos a participação de mais travestis no grupo, que possam dar suas opiniões sinceras e interagir com xs demais participantes. Só assim podemos compreender umas as outras e replicar nossas falas no sentido positivo, para que possamos viver em harminia e não em disputas que não nos levarão a nada.

Encontramos vocês no próximo!

26.05.2009 - O que queremos para nossa Saúde?






















A Proposta desta reunião foi abrir um canal de diálogo com a direção do Centro de Referência e Treinamento - CRT, responsável pela criação do Ambulatório de Travestis e Transexuais do Estado de São Paulo.

Recebemos a visita em massa da equipe do CRT interessada em nos ouvir e usar das nossas informações para construção do Ambulatório.

Conversamos sobre como queremos ser tratadas e tratados de forma respeitosa, precisamos de hormônios, orientação em relação as consequências do uso de silicone industrial, exames laboratoriais, encaminhamento a especialistas que não discriminem, e diversos serviços que estão disponíveis nos demais postos de saúde, porém, com atendimento diferenciado, respeitando a identidade de gênero da paciente!!

Tava na hora de São Paulo ter um espaço de acolhimento como este.

Porém, a medida causa polêmica. Foi levantado na reunião se a criação do ambulatório não seria discriminatória. Discutimos e a maioria concorda que, tendo em vista que nenhum outro espaço de saúde oferece o real acolhimento desta população, há necessidade da criação deste espaço. Entendemos também que está é uma iniciativa e que a proposta é transformar as demandas em Politicas públicas. Assim, todo o sitema passa a atender as TTs de maneira uniforme e respeitosa.

Outra questão polêmica que surgiu foi a questão do Ambulatório estar ligado ao programa de DST/AIDS que associa a imagem das Pessoas Trans à AIDS somente. A argumentação levantada pela equipe do CRT é que por conta disto, eles já tem experiência no atendimento desta população, o que faz com que o público encontre o acolhimento necessário.

O ambulatório inaugurou no dia 09 de junho com a presença do Governador do Estado, da Diretoria do Ambulatório - que está de parabéns no acolhimento oferecido e na preocupação com a população e também de Alessandra Saraiva, coordenadora do Terças Trans.

Quem foi - e nos deu retorno, aprovou!

Ambulatório para Travestis e Transexuais
Rua Santa Cruz, 81, Vila Mariana
Segunda a sexta-feira das 14h às 20h
Tel: (11) 5087-9831 / 5087-9833

terça-feira, 26 de maio de 2009

ABPS e RONALDO PAMPLONA

A ABPS convida você a participar no próximo dia 29 de Maio - das 20h00 às 22h00,
da vivência "Psicodrama (de alguns) dos Onze Sexos - homossexual, travesti e transexual"
que será dirigida por Dr. Ronaldo Pamplona.

Interessados se inscrevam com antecedência e até 28/5,
pelos fones (11) 5571.2602, 5575.5994 ou pelo e-mail abps@abps.com.br


Tudo que queriamos dizer!!!



Este video é fantástico!! Digam lá se não é tudo que queriamos dizer aos LGBTfóbicos!! Beijos,

Belo video de Thalia Kaminsch

Você concorda com o Drauzio?!





DRAUZIO VARELLA - Folha de São Paulo - 11/04/09

Homens que são mulheres

A saúde pública não pode continuar dando as costas para essa minoria de homens.

DE TODAS as discriminações sociais, a mais pérfida é a dirigida contra os travestis.
Se fosse possível juntar os preconceitos manifestados contra negros, índios, pobres, homossexuais, garotas de programa, mendigos, gordos, anões, judeus, muçulmanos, orientais e outras minorias que a imaginação mais tacanha fosse capaz de repudiar, a somatória não resvalaria os pés do desprezo virulento que a sociedade manifesta pelos travestis.

Quem são esses jovens travestidos de mulheres fatais, que expõem o corpo com ousadia nas esquinas da noite e na beira das estradas?

Apesar da diversidade que os distingue, todos têm em comum a origem: são filhos das camadas mais pobres da população.

A homossexualidade é tão velha quanto a humanidade, sempre existiu uma minoria de homens e mulheres homossexuais em qualquer classe social; caracteristicamente, no entanto, travestis só aparecem nas famílias humildes.

Na infância, foram meninos com jeito afeminado que, se tivessem nascido entre gente culta e com posses, poderiam ser profissionais liberais, artistas plásticos, empresários, costureiros, atores de sucesso. Mas, como tiveram o infortúnio de vir ao mundo no meio da pobreza e da ignorância, experimentaram toda a sorte de abusos: foram xingados nas ruas, ridicularizados na escola, violentados pelos mais velhos, ouviram cochichos e zombarias por onde passaram, apanharam de pais e irmãos envergonhados.

Em ambiente tão hostil poucos conseguem concluir os estudos elementares. Na adolescência, com a autoestima rebaixada, despreparados intelectualmente, saem atrás de trabalho. Quem dá emprego para homossexual pobre?

Se para os mais ricos com diploma universitário não é fácil, imagine para eles. O máximo que conseguem é lugar de cozinheiro em botequim, varredor de salão de beleza na periferia ou atividade semelhante sem carteira assinada.

Vivendo nessa condição, o menino aprende com os parceiros de sina que bastará hormônio feminino, maquiagem para esconder a barba, uma saia mínima com bustiê, sapato alto e um bom ponto na avenida para ganhar numa noite mais do que o salário do mês.

Uma vez na rua, todo travesti é considerado marginal perigoso, sem nenhuma chance de provar o contrário. Pode ser preso a qualquer momento, agredido ou assassinado por algum psicopata, que nenhum transeunte moverá um dedo em sua defesa. "Alguma coisa ele deve ter feito para merecer", pensam todos.

Levado para a delegacia irá parar numa cadeia masculina. Como conseguem sobreviver de sainha e bustiê em celas com 20 ou 30 homens, numa situação em que o mais empedernido machão corre perigo, é para mim um dos mistérios da vida no cárcere, talvez o maior deles.

A condição de saúde dos travestis é precária. Não existe um serviço de saúde com endocrinologistas para orientá-los a respeito dos hormônios femininos que tomam por conta própria. Muitos injetam silicone na face, nas nádegas, nas coxas, mas sem dinheiro para adquirir o de uso médico, fazem-no com silicone industrial comprado em casa de materiais de construção, injetado por pessoas despreparadas, sem qualquer cuidado de higiene. Com o tempo, esse silicone impróprio escorre entre as fibras musculares dando origem a inflamações dolorosas, desfigurantes, difíceis de debelar.

Ainda os portadores do vírus da Aids encontram algum apoio e assistência médica nos centros especializados, locais em que os funcionários estão mais preparados para aceitar a diversidade sexual. Nos hospitais gerais, entretanto, poucos conseguem passar da portaria, barrados pelo preconceito generalizado, praga que não poupa médicos, enfermeiras e pessoal administrativo.

Os hospitais públicos deveriam ser obrigados a criar pelo menos um posto de atendimento especializado nos problemas médicos mais comuns entre os travestis. Um local em que pudessem ser acolhidos com respeito, para receber orientações sobre uso e complicações de hormônios femininos e silicone industrial, prevenção e tratamento de doenças sexualmente transmissíveis e práticas de sexo seguro.

A saúde pública não pode continuar dando as costas para essa minoria de homens, só porque eles decidiram adotar a identidade feminina, direito de qualquer um. Quem somos nós para condená-los?

Que autoritarismo preconceituoso é esse que lhes nega acesso à assistência médica, direito mínimo garantido pela Constituição até para o criminoso mais sanguinário?


Fiz os grifos apenas por conta do gênero das palavras, mas gostaria que dessem a opinião de vocês, pq considero o texto muito bom, apesar de ainda faltar conhecimento em relação a questões de gênero. Me digam meninas o que pensam sobre o discurso??!! Na foto, as meninas de Campinas no evento do Dia da Visibilidade Travesti, em janeiro! Beijos,

domingo, 24 de maio de 2009

Solidão... Dá um tempo....


Hoje o tema era bem terapeutico. Era uma oportunidade de abrir o coração e nos ajudarmos com nossas experiências.

Solidão é um tema difícil. Ninguém quer encarar de frente este sentimento que com certeza nos remete a dor.

O exercício proposto trouxe uma série de frases, famosas ou cotidianas, sobre solidão e os participantes tinham que recolher no máximo duas que lhes idicasse o momento em que estavam passando.

Neste primeiro momento, todos leram suas frases e disseram o pq haviam se identificado com elas. Em seguida, tínhamos que dizer com quem nos identificamos e trocar experiências pessoais.

Num terceiro momento, passamos a dar conselhos uns para os outros e finalizamos buscando responder a pergunta: como lidamos com a nossa solidão!!

Muitas são as alternativas para não se sentir tão só. Muitas vezes somos nós mesmxs que criamos muros ao invés de pontes, outras vezes precisamos de um tempo para nós e isso é super válido.

Muitxs de nós, ouvimos música, assistimos tv, lemos, criamos, escrevemos, aproveitamos o momento em que estamos sozinhxs para fazer algo, muito antes que a solidão chegue e se aloje. Por isso, procure um amigo, procure fazer uma coisa que normalmente não faria se estivesse com mais alguém e principalmente páre tudo e vasculhe o seu ser em busca de si mesmx.

Solidão... Dá um tempo....

Beijãooo, encontro com vocês na terça que vem!!

Travestis e Transexuais: essa mistura dá certo?!


Começamos a reunião dividindo em dois grupos. (É, está crescendo, tinha bastante gente!). O exercício era listar as diferenças e semelhanças entre Travestis e Transexuais. Os grupos em separado começaram a discutir suas idéias e óbvio, encontraram muitas dificuldades em rotular, generalizar, separar e definir as coisas.

Foi proposital não conceituar, pq para diferenciarmos duas coisas, precisamos saber o que são estas duas coisas. Resultado? Nenhum consenso sobre isso.
Porém, depois de muita discussão, chegamos a conclusão de que ambxs sofremos com o preconceito e queremos respeito. E sem sombra de dúvida, nos falta muito Repeito. E não é só o que vem das pessoas não trans, mas de todxs nós.

Se aprendermos a respeitar nossos sentimentos e compreender que os sentimentos alheios são diferentes dos nossos e respeitar isso, qualquer mistura dará sempre certo!!

Reunião muito, muito boa, agradeço muito por todxs que participaram!!

Beijos,

Pensem nas Crianças mudas telepáticas...

Acabei de ver uma matéria sobre uma criança Trans americana que passou na Rede Record, no domingo espetaculoso. Espetaculoso, pq mais sensacionalismo seria impossível. Assisti a matéria com muita dor no coração. Dor de saber que estamos muito longe ainda de nos compreenderem e nos deixarem sermos felizes.

Eu fui uma criança trans que encontrou nos pais um apoio. O que mais tenho ouvido das meninas e meninos que me procuram é "eu me sinto assim desde pequeno", ou "eu me sinto assim desde que me entendo por gente", ou mesmo "foi sempre assim". Ora, vamos parar de hipocrisia. Eu tive consciencia da minha condição feminina a vida toda e o fato de não poder me assumir mais cedo me trouxe tantos sofrimentos desnecessários e carrego traumas até hoje de tanta brutalidade e ignorância, até daqueles mesmos que, com discurso moralista e intensão de ajudar, acabaram de colocar mais uma pedra na porta do meu caixão íntimo.

Tenho certeza que temos várias Trans de 40, 50 anos, machos, casados e heteronormativos, morrendo de dor na consciencia e cheias de neuroses, por não ter conseguido se assumir e dizer o que realmente são. Imaginem o que é passar uma vida inteira mentindo para si e para o mundo, não podendo ser o que realmente é?! Difícil!! Altamente dolorido. Culpa, aberração... Não gente, fácil falar, dificil compreender...

Encontrei milhões de erros na matéria. Primeiro que não se trata de um menino que quer virar menina. Trata-se se uma menina trans, criança, que quer assumir seu gênero feminino. E ainda bem que essa mãe está sabendo apoiar, pois a pequena trans, cujo nome de batismo é Cameron, enforcou-se com um cinto por não poder assumir-se na escola como menina. Para ficar pior, outra criança trans, tbm de nome civil Cameron, suicidou-se pelo mesmo motivo, tudo nesta semana que passou. E ai gente?? Vamos continuar fechando nossos olhos? Ou vamos dizer que crianças de 10 anos não tem discernimento nem capacidade para cometer suicídio??


Cameron McWilliams cometeu suicídio pq queria se assumir menina e não podia.

Olha, que eu me lembre, pensei em me suicidar quase que diariamente. Não sabia como fazer isso, e tinha medo que não adiantasse, pq eu sou espírita e acredito na sobrevivencia do espírito. (Pior que viver aquele pesadelo, era viver no vale dos suicidas... enfim...), bem não me suicidei, mas também não vivi! Ainda bem que em casa brincava de bonecas e podia usar umas roupas de menina escondidas no meu quarto. Isso ameniza bastante a depressão. (Ou vão dizer que criança também não tem discernimento para sentir depressão?)

Fiquei perplexa com a idéia de que OPTAMOS, ou ESCOLHEMOS nossa sexualidade. Pelamordideus... Quando é que a gente vai parar com essa baboseira de achar que chegamos numa bela manhã de domingo e "ai, cansei, quero ser mulher". Não funciona assim, SEXUALIDADE NÃO SE ESCOLHE, SE DESCOBRE!! É muito fácil jogar uma responsabilidade deste tamanho para uma criança de 10 anos, dizendo que ela está optando por uma vida infeliz, quando na verdade ela está desesperada tentando sair da infelicidade que se encontra.

Se seu filho é uma criança muito afeminada, ou sua filha uma criança muito masculinizada, pode ser que ela seja um caso de Criança Trans. Que ela precise do dobro do seu amor e carinho e principalmente da sua compreensão. Pq é muito difícil para nossa cabeça compreender o mundo e os porques da nossa realidade incongruente.

Pare de se culpar e culpar a criança. Pare de colocá-la de castigo. Pare de gritar com ela, e principalmente de impor um universo do qual ela não faz parte e um gênero do qual ela não pertence, pq você estará criando um andróide, um mentiroso, uma pessoa infeliz! Sente para conversar com seu filho. Não consegue ouvir o que ele tem a dizer? Procure um profissional, procure o grupo de apoio como o nosso, você verá que a terapia maior é pra você que é mãe, que é pai, pq a criança apenas sente. O sofrimento dela é de NÃO PODER SENTIR e pior NÃO PODER SER! Não há culpados, é natural o que sentimos.

Por fim, fico arrasada com a escola que vetou a participação da criança assumindo o seu gênero. Uma escola religiosa. Isso me entristece muito, pq se Jesus voltasse a Terra, com certeza mais uma vez diria... Pai, perdoa, eles não sabem o que fazem!!

Beijos indignados,

Alessandra Saraiva,
Coordenadora Terças Trans.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

A Peculiaridade de Susan, A Feia


Todos viram na TV. Uma senhora com seus 47 anos, feia, gorda e que, sonhadora, pisou num programa de televisão para cantar e recebeu como boas-vindas uma saraivada de risos e comentários depreciativos. No minuto seguinte, colocou a todos de boca aberta, diante da sua voz incrível.

O fato fez-me pensar na pequenez do ser humano e mais propriamente na condição de nós transexuais. Não somos, na maioria das vezes, o exemplar padrão de mulher, por tantas e tantas questões – físicas ou estéticas – e por conta disto, colhemos tanto deboche social.

Que bom que a mesquinhez social vez ou outra leva seus escorregões, diante dos pré-julgamentos que escapam diante do que seria o padrão do bem-sucedido, do bem-apresentável.

A mim, é muito saboroso ver as pessoas tropeçarem em seus conceitos aparentemente estáveis. Incluo-me nisto também. È muito bom ver a des-montagem dos parâmetros que norteiam a noção de respeito ao outro.

E diante deste fato exemplar ocorrido com a Srta Susan Boyle, quão pequenos se tornam os “ajustes” de aparência que fazemos, os discursos de adequação estética que proferimos.

Fico aqui pensando EM QUÊ realmente eu devo me aplicar, para a celebração da minha feminilidade? Penso um pouco mais, e me vem à cabeça a alegria de ser autêntica e tipicamente eu mesma. Chego até a concluir, e concluo com tal realização, que devo sim me debruçar sobre o que eu tenho de peculiar – a minha capacidade, meu talento, um jeito especial para fazer muito bem determinada atividade.

E aí, eu me reporto a todas vocês. Longe de querer qualquer comparação, mesmo que vivamos expostas a isso o tempo todo, sejam AUTÊNTICAS. Exerçam satisfeitas, o direito de serem tipicamente o que são. O valor da peculiaridade é um atalho bem curto ao sucesso.

Beijos

Tânia Granussi
23/04/2009

QUER SABER QUEM É SUSAN BOYLE?
clique no link para ver o vídeo direto no You Tube
http://www.youtube.com/watch?v=xRbYtxHayXo

terça-feira, 14 de abril de 2009

REUNIÃO DE HOJE CANCELADA!!!




Bom dia a todxs,

Excepcionalmente hoje, dia 14 de abril, não haverá Terças Trans.

Devido a alguns problemas pessoais, precisei viajar para Manaus com urgência e estou com limitações no uso da internet.

Deste modo, não pude delegar a coordenação desta reunião a outra pessoa, como nos planos, surgindo então a necessidade de cancelar a atividade.

Estaremos reunidos no dia 28/04, data programada para próxima reunião.

Agradeço a compreensão de todxs e deixo meus abraços saudosos, aguardando vocês na próxima quinzena.

Atenciosamente,

Alessandra Saraiva
STT - APOGLBT-SP

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Cometário de Débora ao texto de Renata Rebello

Dando continuidade as discussões, segue um texto escrito por Débora - PE, dando sua opinião sobre o texto de Renata Rebello. Para saber mais sobre a discussão, veja o resumo da reunião do dia 17 - Prostituição e Democracia mais abaixo e se quiser participar, mande sua opinião para ser publicada no T-Log Interativo do Terças Trans!

Meninas,

Li o texto da Renata e o que posso dizer (além do que já expressei anteriormente sobre o tema da prostituição) é que uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa. Uma coisa é a prostituição ser reconhecida como prática profissional, outra coisa é esse tipo de serviço ser oferecido no site.

Eu sou totalmente favorável ao projeto do Gabeira, mas eu não quero ver minha filha se prostituindo, como o Gabeira também não quer isso para a filha dele. Como já disse, a prostituição é uma prática desumanizante que transforma seres humanos em objeto de consumo. Eu não quero pra mim, não quero pra minha mãe, não quero pra minha filha e não quero para nenhuma de vcs. Desejo a todas nós as práticas profissionais que conduzem ao crescimento humano e não à vitrine do mercado de carnes.

Agora, quem quiser ser prostituta por opção ou necessidade tem mais é que ter o amparo da lei e todos os seus direitos garantidos! Só não banquem, pelamordedeus, a Sinhá Moça que acha feio fazer juízo de valor sobre a realidade que nos cerca. Isso é lindo na novela das seis, mas na vida real é o cúmulo da ingenuidade.

É legítimo fazer juízo de valor sobre as coisas, não se vive em sociedade sem isso. Juízo de valor é diferente de preconceito. Além disso, dizer que não devemos fazer juízo de valor já é em si mesmo um juízo de valor: o juízo de que tudo nos convém.

A Renata diz "além da prostituição, que outro cenário social dá às travestis a possibilidade da autoestima? Em que outro contexto uma travesti consegue obter um elogio, um simples carinho?". Meu anjo, desse tipo de carinho e elogio eu tou correndo. Auto-estima é querer ser tratada como gente. As vacas leiteiras premiadas também recebem muitos elogios e carinhos dos seus proprietários, pois são ótimas mercadorias. Esse é o lugar que lhes é conferido.

Por fim, não se misturam alhos com bugalhos. Uma farmácia vende medicamentos, não vende feijão nem pneus. E isso não é preconceito com os feijões e pneus, pois a farmácia tem seus produtos e serviços específicos. Nào faria sentido vender feijões e pneus na farmácia. Seria amador, ingênuo e demonstraria uma total falta de planejamtno do negócio. Se eu entrasse numa farmácia que vendesse, entre os medicamentos, feijão e pneus, não compraria medicamentos lá, nem que eu estivesse tendo um troço.

Só pra encerrar, não há porque termos horror ao mérito. Eu acredito muito no mérito e a universidade pública tem me ensinando o valor que o mérito tem. A universidade nào é o paraíso, tem seus problemas, seus vícios administrativos, suas panelinhas, mas na universidade a gente precisa ter mérito para conseguir as coisas. Quer uma bolsa de iniciação científica? Recupere as reprovações que constam no seu currículo! Quer apresentar um trabalho na semana da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência? Submeta seu trabalho à banca para aprovaçào ou reprovaçào. Quer expor os resultados da sua pesquisa como bolsista no evento do CONIC? Submeta o seu relatório final à banca para aprovaçào ou reprovaçào.

Não há razão para termos horror ao mérito e amor à coitadice, tratando as TS profissionais do sexo como coitadinhas que devem anunciar seus serviços no novo site senào morrem à míngua. Ora, o site é para oferecer serviços de profissionais que tenham formação em alguma área? Então pronto. Se o critério é esse, nào há pq oferecer sexo. Quer oferecer serviços no site? Então se forme em alguma coisa. O SENAC tá cheio de cursos! Ah! Mas tem o preconceito dos alunos, dos professores. Pois é, eu também tive que costurar um acordo com a universidade para manter minha identidade em sigilo, fui lá na direçao e dei a cara à tapa. Consegui o acordo e não tive que dar pra ninguém por conta disso. Tive que me expor, mas não morri. Tou vivinha. Ah! Também fui no exército tirar carteira de reservista pra fazer minha matrícula na faculdade. Vejam bem, eu, já toda mulher, tive que ir sozinha NO EXÉRCITO tirar carteira de reservista no ambiente mais homofó bico e transfóbico que se pode imaginar. E não morri. Então chega de amor à coitadice e tenhamos mais amor ao mérito, pois de coitadas nós nào temos nada. Aliás, um amigo meu sempre diz: "toda coitada é uma peste!"

Estabeleçam critérios para a oferta dos currículos, criem metas e não confundam democracia com a casa da mãe Joana.

É isso.
beijos,
Débora/Amanda

terça-feira, 31 de março de 2009

PROFISSIONAIS DO SEXO



Como todxs sabem, estamos fazendo uma votação aqui no T-Log para saber se manteremos ou não a cláusula que veta os anúncuios de relacionamento, inclusive pagos, na parte de classificados do site Trans-Missão.com. A cláusula gera polêmica e estamos buscando agir de forma democrática. Por isso mesmo, segue texto de Renatinha Rebello para ajudar na formação de opinião. Não esqueçam de votar na enquete ao lado, ela termina em 03 de maio!!


Tramita na Câmara Federal um projeto de legalização da prestação de serviços sexuais, o PLC 98/03, de autoria do deputado Fernando Gabeira (PV-RJ). A proposta, que pretende formalizar as relações de trabalho na prostituição, conta com o apoio da OAB e do Programa Nacional DST/Aids. E recebe a participação direta da Rede Brasileira de Prostitutas, da ONG Davida e da grife Daspu.

O simples fato de a maioria das travestis e transexuais brasileiras sobreviverem como profissionais do sexo já sinaliza que a militância trans tem o dever de apoiar inteiramente o projeto de lei.

Não se trata aqui de incentivar e recomendar a profissão. O que queremos é legalizar uma situação já existente. A prostituição precisa sair da clandestinidade, para que o Estado possa exercer sobre a atividade um controle sanitarista. E para que os direitos trabalhistas e previdenciários das profissionais sejam respeitados.

Entendo que o papel de uma militante deve ser o de buscar alternativas para a prostituição. Pois errado não é ser prostituta. Errado é não poder escolher.

No entanto, não é raro entre nós o discurso moralista de combate à prostituição. Várias trans defendem o seguinte: se queremos cidadania, então devemos nos comportar direitinho, como a sociedade deseja. Devemos ficar longe da indústria da libido. Do contrário a sociedade ficará escandalizada e não nos dará empregos.

Sendo assim, trabalhos de travestis para geração de renda acabam sendo apresentados com o fundo musical do moralismo. Almofadas coloridas e sabonetes artesanais tornam-se verdadeiros troféus contra a prostituição. E professoras e cabeleireiras trans viram heroínas da cruzada contra a “vida fácil”.

No século XIX, o filósofo e economista inglês John Stuart Mill falou uma coisa muito importante: “Existe, ao redor de cada ser humano, um círculo no qual não se deve permitir que entre nenhuma pessoa, nenhum governo, nenhuma ação autoritária”.

Neste momento, nascia no mundo a noção de direitos individuais. O tal círculo, de que fala o pensador, nada mais é que a esfera das escolhas subjetivas.

E ser profissional do sexo é uma opção individual e honesta, portanto legítima. Alugam-se corpos. Vendem-se sonhos. Qual é o problema?

Pois é pensando nos direitos do indivíduo e na democracia que quero aqui fazer uma autocrítica.

Ficou decidido entre nós que a seção de currículos do site Trans-missão não deveria incluir a oferta de serviços sexuais. Fui favorável à decisão, argumentando que o site deveria oferecer “espaço para quem não tem espaço” (e as profissionais do sexo já teriam sites mais adequados para anunciar seus serviços).

Por mais argumentos que tenhamos, percebo agora o quanto esta postura é elitista e excludente. Ao tentar manter os classificados sexuais bem longe de nossos currículos imaculados, estamos sim é aumentando o apartheid já existente entre a trans de pista e a trans escolarizada.

Portanto, humildemente mudo de opinião. Devemos anunciar os serviços profissionais de TODAS as travestis e transexuais, sejam quais forem, sem nenhum tipo de julgamento moral. Isto sim seria um site democrático.

E, para quem acha que ser profissional do sexo é o fim do mundo, apenas pergunto: além da prostituição, que outro cenário social dá às travestis a possibilidade da autoestima?

Em que outro contexto uma travesti consegue obter um elogio, um simples carinho?


__________________Renata Rebello

..:: CRIANÇAS TRANS ::..


É isso ai pessoal, acabamos de chegar da reunião do Terças Trans sobre as Crianças "Trans" e foi muito, muito bom!!! Agradeço pelos participantes, em grande número, e espero a participação de todxs nos próximos.

Começamos com a apresentação do Iprex, um estudo sobre uma medicação preventiva contra a infecção do HIV. Houve uma pequena introdução sobre o que é o estudo e como podemos ajudar. Para saber mais sobre ele acesse: www.iprex.org.br

O filme My Secret Self foi exibido e conta a história de diversas crianças trans. Para quem queria assistir e achava que era impossível, aqui vão os links no You Tube:











Depois da exibição, começamos um debate onde fora questionado como está a situação de crianças trans no Brasil. Sabemos que existem e estão por aí nas famílias, escolas e sociedade, mas nenhum trabalho é oficialmente realizado e nenhum acompanhamento é feito. O "tratamento" dentro do HC só é permitido pela Lei após a maioridade, o que consiste um grande equivoco, tendo em vista que ninguém escolhe o que se passa dentro de si.

Os participantes foram então colaborando com sua própria experiência. Estiveram presentes professores, médicos, estudantes e estudiosos que demonstraram como é difícil lidar com a questão da diversidade na prática. Reconhecemos que há iniciativas de se trabalhar a diversidade nas escolas, mas não há abertura quando se trata de aprofundar as discussões e tomar alguma atitude séria.

Também levantou-se a questão de trabalhar a transexualidade de uma forma patológica. Incluisve citando os pais que aparecem no filme e o quanto eles se sentem confortados com a possibilidade de um diagnóstico. A maioria dos participantes não vê a transexualidade como uma doença, e muitos acreditam que a doença é social e não fisiológica.

A reunião seguiu e não houve um fechamento conclusivo. Ficamos de continuar o debate nos próximos Terças Trans que virão. Mas ficou bem claro que aquelas crianças sentiam-se muito mais felizes da maneira em que seus pais as acolheram. Que mais pais sigam o exemplo!!

Aguardamos vocês na próxima!!!

segunda-feira, 30 de março de 2009

Transexualidade: mãe, nasci no corpo errado!


O que você faria se fosse mulher, mas nascesse no corpo de um homem? Essa pergunta explica, um pouco, o que é ser transexual, condição que faz uma pessoa do sexo feminino ou masculino agir e pensar como se fosse do sexo oposto. A maioria dos casos conhecidos é de pessoas na faixa etária dos 20, 30 anos, mas há exemplos de crianças que sofrem, desde cedo, por terem nascido num corpo que não condiz com sua identidade sexual.

O assunto foi abordado recentemente na reportagem "Quero ser visto como um rapaz " , conduzida por Bárbara Walters, uma das mais influentes jornalistas americanas, para o programa 20/20 da rede ABC. Na realidade, a reportagem foi a continuação de uma outra realizada em 2004 sobre crianças transexuais. Na minha opinião, esse material serve para esclarecer e informar sobre um assunto ainda pouco discutido, cercado de preconceito e intolerância, inclusive da própria família.

Infelizmente, muita gente ainda trata o transexualismo e homossexualismo como algo anormal, relacionado a desvio de conduta, doença e, no pior dos casos, libertinagem ou corpo possuído pelo diabo (sim, já escutei até isso). Não sou porta-voz da causa gay, mas acredito que qualquer pessoa tem o direito de buscar a felicidade e sentir-se bem na própria pele. Para aqueles que ainda julgam transexuais e homossexuais, credito o comportamento a total falta de informação, ignorância mesmo.

Pesquisas já provaram que crianças e adolescentes transexuais que contam com o apoio e a comprensão dos pais crescem, praticamente, longe da marginalidade, não se envolvendo com drogas ou relacionamentos de risco que podem transmitir doenças como o vírus HIV.

Com certeza não deve ser fácil para um pai ou uma mãe, mas acho que a falta de informação torna tudo ainda mais difícil. Na busca que fiz, não encontrei instituições de apoio a transexuais no Brasil, talvez porque o assunto ainda é pouco discutido. Por isso resolvi traduzir um pouco do material que encontrei aqui nos Estados Unidos, compartilhar as histórias de duas crianças, Rebecca e Ryan*, hoje legamelmente conhecidos como Jeremy e Rachel, e listar os sites americanos de apoio a transexuais que, apesar de escritos em inglês, são bastante informativos e poderão ajudar mães e pais brasileiros que vivem a mesma experiência.

* Nome fictício para proteger a identidade da criança

Gênero e sexualidade

Um transexual pode, facilmente, ser confundido com um homossexual, isso porque seu gênero sexual não determina sua atração sexual. Existe grande diferença entre sexualidade, atração sexual e o gênero com o qual você se identifica.

Ninguém sabe ao certo porque crianças como Rachel e Jeremy são transexuais, existem apenas teorias. Uma delas é de que nas primeiras oito semanas de gravidez, o cérebro de todos os fetos são iguais: femininos, por natureza. Somente depois que a testosterona surge no útero é que o cérebro masculino começa a desenvolver-se. Alguns cientistas acreditam que, durante esse estágio, ocorre um desequilíbrio hormonal, fazendo que o cérebro da criança transexual seja desenvolvido de forma oposta ao seu sexo biológico. Por isso algumas pessoas, mesmo nascidas homens, sentem-se como mulheres e vice e versa, porque seu cérebro foi desenvolvido como tal. Os cromossomos XX e XY são responsáveis apenas pelo desenvolvimento físico do feto como homem ou mulher.

FONTE: http://www.desabafodemae.com.br/home.php?acao=reportagens&subact=reportagem&cod=33

Transexual espanhol anuncia estar grávido de gêmeos


Um transexual espanhol, que nasceu mulher e decidiu ser homem, está agora grávido de gêmeos.
Rubén Noé, de 25 anos, nascido Estefanía Corondonado, ainda mantém órgãos reprodutivos do sexo feminino .

Ele disse à imprensa espanhola que segue o desejo de ser pai - que pode ser resultante, segundo suas próprias palavras, de fato de ter sido criado em um orfanato e adotado.

O transexual disse ainda que acha seu caso "normal, porque o mundo está mudando".

FONTE: http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/03/090323_transexualgravido_rw.shtml

Transexual espanhol está grávido de gêmeos, diz tabloide britânico


Um transexual espanhol pode se tornar o primeiro homem no mundo a ser pai de gêmeos, segundo o tabloide britânico 'Daily Mail'. Rubén Noé Coronado, de 25 anos, deve se tornar pai de dois bebês no final de setembro.

Nascido uma mulher de nome Estefania, ele planeja se casar com sua companheira, Esperanza Ruíz.

Rubén segue a trilha do americano Thomas Beatie, que ganhou as manchetes ao dar à luz sua filha Susan Juliette em junho de 2008 .

Como Beatie, Rubén é oficialmente um homem, mas manteve seus órgãos reprodutivos femininos.

Esperanza, namorada de Rubén, já tem dois filhos de outro relacionamento. Mas, quando ela soube que não poderia ser mãe novamente, ela e Rubén decidiram que ele deveria tentar ficar grávido, com uma doação de esperma, depois de passar por um tratamento de fertilidade.

Ele planeja dar à luz em um hospital em Barcelona, para onde o casal se mudou recentemente por causa de problemas de família em Málaga, seu lar anterior.

Rubén, um epiléptico que foi adotado quando era criança, define assim o seu status sexual: "É como nascer com três mãos. Você tira vantagem disso quando você tem, mas você se livra de uma quando ela começa a atrapalhar."

Ele prometeu resguardar a imagem das crianças, mas disse que vai vender a imagem dele grávido. "Se eu não fizer isso, alguém vai fazer e ganhar uma fortuna."

FONTE http://gazetaonline.globo.com/_conteudo/2009/03/69359-transexual+espanhol+esta+gravido+de+gemeos+diz+tabloide+britanico.html

quinta-feira, 19 de março de 2009

Prostituição e Democracia



A reunião começou com o argumento que gerou toda a discussão. No site do Trans-Missão, na parte de classificados, há uma clausula que proíbe o anuncio de relacionamentos sejam eles afetivos, sexuais, pagos ou não. Segundo o que foi levantado, essa clausula estaria sendo antidemocrática quando não permite o anúncio de profissionais do sexo, sendo a prostituição uma profissão como qualquer outra.

Sendo os profissionais do sexo, inseridos no Código Brasileiro de Ocupações, a clausula acaba provocando sim discriminação, o que causa uma enorme divergência entre os participantes do Terças e dividem as opiniões: será mesmo discriminatória?

Um dos argumentos levantados para defender a manutenção da cláusula é que já existem espaços em demasia para anúncios de prostituição para o mundo “trans”. Tendo o site o slogan: “o espaço para quem não tem espaço”, entendemos que quem não tem espaço são as travestis e transexuais que não fazem prostituição, e até as que fazem prostituição, mas mantém outras atividades e que não tem oportunidade de divulgá-las.

Fora levantado também à questão do distanciamento que há entre as pessoas trans que são profissionais do sexo para as que não o são, principalmente no grupo Terças Trans, que agrega também militantes. Levantaram-se questões sobre os porquês de não haver pessoas trans que fazem prostituição freqüentando o grupo e suas possíveis causas, mas todxs concordaram que há um abismo entre os dois grupos: as “trans” que não estão na prostituição e as que estão. Surgiu o argumento de que as profissionais do sexo mantém distancia do grupo por medo do discurso “antiprostituição” que teríamos. Uma parte do grupo discorda, outra assume.

Isso levou a discussão sobre a prostituição não sendo uma profissão que dignifique, tendo em vista que a pessoa humana seria tratada como “mercadoria”. Por outro lado, os Direitos Individuais merecem respeito, e isso pareceu consenso. Lemos alguns e-mails de participantes de outros estados que se fizeram presentes com suas opiniões. Claudia Wonder participou via e-mail se posicionando contra, não a pessoa que se prostitui, mas contra a prostituição “forçada” a que muitas pessoas trans são obrigadas a exercer por falta de oportunidades no mercado de trabalho. Sua posição é compartilhada pela maioria do grupo.

Se o discurso antiprostituição existir, não é um posicionamento do Grupo Terças Trans, mas sim fruto da liberdade de expressão do participante. Como sempre, procuramos combater o preconceito de todas a maneiras e não incentivamos nenhum tipo de ação preconceituosa seja de qualquer natureza. Por isso mesmo a discussão foi levada ao grupo e aberta ao público da maneira mais democrática possível.

Foram levantadas ainda as relevâncias da discussão, se ela não estaria sendo precipitada, tendo em vista que não sabemos se haverá uma procura pelo serviço de anúncios do site. De toda maneira, a discussão continua, pois o cerne não é a qualidade da demanda e sim a proibição de um tipo de oferta de serviço – o que seria discriminatório e antidemocrático – segundo quem defende a argumentação.

Foi pensada ainda uma alternativa onde na parte de classificados, tenha uma sessão de links com sites especializados em acompanhantes para que, a pessoa que quiser oferecer seus serviços sexuais possa usufruir destes espaços específicos. Ainda assim, foi levantada que esta alternativa gera mais segregação entre as “trans” e, portanto, não seria uma saída democrática.

Após muita discussão e alguns comentários flamejantes tivemos como encaminhamento consensual a seguinte iniciativa: entrará no ar, aqui no t-log interativo do Terças Trans, uma enquete onde participantes poderão votar on-line se a clausula será incluída ou retirada das regras de anúncio do Trans-Missão. Em outras palavras, se será permitido anúncios de profissionais do sexo, ou não, na parte de classificados. A enquete ficará no ar por 45 dias e dia 03 de maio daremos fechamento a essa discussão.

Mais uma vez reforçamos que o Terças Trans é um espaço que visa o combate a qualquer tipo de preconceito e sempre se posicionou de maneira democrática, portanto, todos têm direito a voz e ao debate. Para maio, o tema da terceira edição do Trans-Missão promete ser especial sobre prostituição.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Sexualidade Em Pesquisa


Com a intenção de estabelecer um protocolo de atendimento para o público Transexual, em suas demandas específicas, o Núcleo Psicologia está promovendo uma pesquisa para conhecer melhor as necessidades deste público.

Porque Fazer a Pesquisa ?

A partir da necessidade de entender melhor a questão do transtorno de identidade de gênero, elaboramos uma pesquisa para moldar um protocolo de atendimento para uma população específica.

A base para o desenvolvimento da Pesquisa foi o protocolo de Paidéia, elaborado em suas linhas gerais pelo Movimento Homossexual da cidade de Campinas e voltado para a população Transexual daquela cidade.

Esta pesquisa vem para estimular a reflexão nos indivíduos que pretendem alterar suas formas corporais, quantificar esses dados e compreender algumas questões psicológicas que envolvem a busca pela redesignação sexual desacompanhada de atendimento específico.

OBJETIVOS GERAIS


Levantar o perfil da população Transexual/Travesti da cidade de São Paulo, a fim de viabilizar uma rede global de atendimento à saúde.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

1. Reduzir os danos à saúde pelo uso indiscriminado de silicone industrial e hormonioterapia;

2. Ofertar informações para os homossexuais e transgêneros sobre as várias técnicas de modificação do corpo e seus riscos físicos e psíquicos;

3. Estimular a reflexão dos riscos à saúde que estão envolvidos na prática da aplicação do silicone industrial e da hormonioterapia, antes da decisão de iniciar o uso indiscriminado destas substâncias sem acompanhamento especializado;

4. Oferecer atenção Psicológica à saúde de travestis e transexuais e promover encaminhamentos para outras especialidades, buscando um atendimento global;

5. Produzir material informativo para os usuários efetivos e usuários em potencial;

6. Desenvolver protocolos de acompanhamento clínico junto a outras especialidades;

PROPOSTAS PARA AÇÃO:

1. Levantamento de dados através de pesquisa;

2. Apoio psicológico para os usuários que apresentem conflitos referentes ao seu corpo e desejo de transformá-lo;

3. Apoio psicológico para indivíduos que já utilizam e/ou já utilizaram silicone industrial e hormonioterapia;

4. Divulgar informações quanto aos riscos do uso do silicone industrial e hormonioterapia.

PARA PARTICIPAR

1. Envie um e-mail para nucleopsicologia@bol.com.br com o assunto PESQUISA;

2 . Você receberá um e-mail com o questionário da PESQUISA anexo;

3 .Responda o questionário e depois devolva ao Núcleo Psicologia;

4. Em caso de dúvidas, entre em contato pelo telefone (11) 3297-7100

No Fashion Rio, a travesti Patrícia Oliveira revela: 'Sempre quis ser famosa'


A morena vai desfilar pela grife masculina Complexo B, última a desfilar na temporada, nesta sexta-feira, 16

Florença Mazza e Flávia Motta Do EGO, no Rio

Patrícia Oliveira, nome artístico de Patrícia Araújo, o travesti que promete fechar o Fashion Rio com chave de ouro, chegou à Marina da Glória causando frisson. A morena vai desfilar nesta sexta-feira, 16, para a grife masculina Complexo B e promete ficar para a história da semana de moda carioca. Sorridente, ela chegou vestindo uma calça social justa e uma blusa dourada frente-única.

Casada há dois anos com um inglês, Patrícia já passou por duas cirurgias - uma rinoplastia e colocação de silicone nos seios. Mudança de sexo, nem pensar. "Já tive vontade mas caí na real que não me falta nada. Quando as pessoas sabem, rola até mais interesse, fetiche", explica. "Sempre saio com uma amiga na balada e às vezes ela fala para os meninos que eu não sou mulher. Eu digo: 'Assim você está só aumentando meu ibope'", conta ela, que diz ter saído com vários famosos mas não revela o nome de ninguém.

Patrícia Araújo desfila sua beleza pela Marina da Glória
Conhecida da promoter Liège Monteiro, a travesti foi indicada para o desfile da Complexo B quando o estilista Beto Neves disse que procurava alguém diferente. Nos bastidores da marca, ela chegou faltando mais de duas horas para o início do desfile e se sentou na cadeira do prestigiado maquiador Max Weber. Durante a sessão de maquiagem, Beto jogava a auto-estima de Patrícia lá para o alto. "Você está aqui porque você é uma estrela", dizia.

Patrícia tirou registro de atriz recentemente e se prepara para estrear uma série de TV. Com 25 anos, ela mora no Rio de Janeiro e vem se dedicando também a trabalhos como modelo. "Já saí na 'Marie Claire' contando minha história", disse. Nascida e criada na Ilha do Governador, Zona Norte da cidade, Patrícia virou travesti pouco antes de completar 14 anos. Aos 16, teve o primeiro namorado. "Nessa idade comecei a receber muitos elogios e resolvi que queria ser modelo. Meu sonho sempre foi ser famosa", contou.

A musa inspiradora de Patrícia é a modelo Raica Oliveira. "Meu nome é Patrícia Oliveira até por causa dela. No meu dia-a-dia as pessoas dizem que meus traços são muito parecidos com os dela. Ainda não tive o prazer de conhecê-la mas meu cabeleireiro disse que vai nos apresentar", disse ela, elogiando a beleza da ex de Ronaldo que foi descoberta pelo caça-talentos Sérgio Mattos.

Serginho, aliás, se encantou com Patrícia. "Genteeee, ela é melhor que a Roberta Close. Bonita para caramba, tipo garota da 'Playboy', confunde mesmo. Imagina ela no Salgueiro, é muito melhor que essas mulheres do samba", elogiava ele. Não à toa, ela foi eleita a Miss Universo Transex, concurso disputado em Florença, na Itália. Tanta beleza, ela jura, já provocou acidentes. "Corro no calçadão de Copacabana todo dia mas, como chamo muita atenção, tem de ser de camiseta larga. Muita gente já bateu de carro olhando para mim", esnoba.

SEGUNDA VIA DE DOCUMENTOS SÃO GRATUITAS


FONTE: JORNAL BOM DIA BRASIL


Os tempos são de informação rápida, conhecimento cada vez mais disponível. Mas quem arriscaria dizer que conhece todos os seus direitos?

"Vou tirar segunda via do RG do meu filho. Vou ter que pagar R$ 23,78. Nem procurei isenção", afirma o segurança Francisco Salvador.

Na maioria das vezes, a segunda via de documentos como o RG e também de certidões é cobrada. Mas a pessoa pode ter acesso de graça. Para isso, o interessado deve preencher uma declaração, dizendo que não tem condições de pagar pelo documento. Em São Paulo, isso significa se livrar de uma taxa que varia de R$ 20 a R$ 35.

"Essa segunda via seria para tirar um dinheiro no banco porque eles não aceitaram no momento. Eu preciso desse dinheiro e não tenho como pegar. Cobraram R$ 23, não tenho como pagar porque estou desempregado", comenta o desempregado Oscar de Jesus.

O mesmo vale para o CPF, a carteira de trabalho, e as certidões de nascimento e óbito. Em caso de roubo, a segunda via do RG também sai de graça em São Paulo e no Rio de Janeiro. Mas é preciso apresentar a ocorrência registrada na polícia.

"É bom, ajuda bastante a gente. Tem gente que não tem condições de pagar. Não é todo mundo que tem condições", diz o desempregado Ricardo Santos da Cruz.

Cantora alemã de 16 anos é operada e se transforma na mais jovem transexual


MAURÍCIO HORTA
colaboração para a Folha de S.Paulo
05/02/2009 - 08h16

A cantora e modelo alemã Kim Petras, 16, explicou em seu blog por que passou tanto tempo sem dar notícias: esteve duas semanas no hospital, de onde saiu como a mais jovem transexual do mundo. "Tudo correu bem e por enquanto estou feliz", escreveu Kim em novembro --antes da operação, ela havia lançado o single "Fade Away" (desaparecer).

Kim começou a tomar hormônios femininos aos 12 anos, quando era Tim. "O caso, pioneiro, foi polêmico na Justiça alemã. O tratamento só poderia ser feito na maioridade, mas os médicos consultados concordaram", diz o psiquiatra Alexandre Saadeh, do Instituto de Psiquiatria do HC de São Paulo.

O transtorno de identidade de gênero pode começar aos três anos. "Mas nem toda pessoa será transexual", diz Saadeh. Por isso, é importante esperar que a personalidade esteja definida.
No Brasil, o tratamento hormonal é liberado aos 18 anos --"embora haja pessoas de 12 anos se automedicando com anticoncepcional", conta Saadeh. Para a cirurgia, o mínimo é 21 anos.

O ideal, segundo o psiquiatra, seria o tratamento hormonal antes de virem as características sexuais secundárias (como pelos).

A solução da Sociedade [Internacional] de Endocrinologia é que a puberdade seja bloqueada até os 16 anos. No Brasil, contudo, esse bloqueio não é permitido.

Comentário:

Se me permitem um comentário, não acho que ela tenha se tornado Transexual. Muito pelo contrário, deixou de sofrer com os dilemas da transexualidade. Provável que vá viver sua vida como qualquer outra menina de 16 anos e não sofrerá mais. É um pecado nos condenar aos rótulos da sexualidade. Hoje, provavelmente, Kim gostará de ser lembrada pela sua música e pelo fato de ser cantora, não por que passou por uma cirurgia de adequação corporal e agora sim ganhou o prêmio de ser "transexual". - E o que ela era antes, uma bicha louca querendo ser mulher? Não faz sentido!!

Se o Brasil permitesse que trabalhassemos com crianças Transexuais, muitos traumas e disturbios psicológicos seriam evitados. Provavelmente se repensaria a transexualidade não como sendo uma doença, um transtorno, e sim como um fenomeno natural, que optará pela transição quem quiser fazê-la, assim como a cirurgia, e seriamos respeitadas apenas como cidadãs, não mais fazendo "mudança de sexo", mas sim uma "adequação do sexo".

Temos muito o que caminhar. E que Kim possa viver sua vida agora, sendo quem ela realmente é... Kim, a cantora!

Beijos,
Alessandra Saraiva
Coordenadora do Terças Trans
APOGLBT-SP

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

29 de Janeiro 2009 - Dia da Visibilidade "Trans"

O Dia da Visibilidade Travesti é comemorado em 29 de janeiro, em homenagem ao lançamento da campanha Travesti e Respeito, a primeira campanha do Governo Federal exclusiva para Travestis.

Especialmente em São Paulo, costumamos comemorar nesta mesma data, o Dia da Visbilidade das Pessoas Trans, onde incluimos todas as transgeneridades sem a intensão de invisibilizar a luta histórica das Travestis.

Com esta política inclusiva, organizamos em conjunto os eventos para esta data em 2009. Juntaram-se o Terças Trans, o Centro de Referência da Diversidade e o Instituto Aphroditte para oferecer a população de Pessoas Trans a oportunidade de discutir sobre sua própria visibilidade e os caminhos que queremos traçar daqui pra frente!

Segue então a programação e esperamos a presença de tod@s.

Beijos,

Bem-Vind@!

Você está no T-Log interativo do Terças Trans e site Trans-Missão. Aqui é possivel deixar mensagens, buscar arquivos publicados, acompanhar as reuniões do Terças Trans e nos ajudar a construir um espaço saudável e de referência em cidadania "Trans".

Todas as vezes que uitlizarmos a terminologia "TRANS" estaremos nos referindo a toda população de PESSOAS TRANS e suas transgeneridades, incluindo nesta classificação pessoas: TRAVESTIS, TRANSEXUAIS, TRANSGÊNEROS E AFINS sem qualquer tipo de discriminação ou preconceito.

Quinzenalmente, acontecem as Terças Trans, uma reunião dirigida a pessoas que estão interessadas em discutir questões desta população. As reuniões tem como objetivo, integrar, promover discussões e debates, levantar demandas visando politicas públicas e incentivar ações práticas em prol das Pessoas Trans e também dos GLBs.