quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Sexualidade Em Pesquisa


Com a intenção de estabelecer um protocolo de atendimento para o público Transexual, em suas demandas específicas, o Núcleo Psicologia está promovendo uma pesquisa para conhecer melhor as necessidades deste público.

Porque Fazer a Pesquisa ?

A partir da necessidade de entender melhor a questão do transtorno de identidade de gênero, elaboramos uma pesquisa para moldar um protocolo de atendimento para uma população específica.

A base para o desenvolvimento da Pesquisa foi o protocolo de Paidéia, elaborado em suas linhas gerais pelo Movimento Homossexual da cidade de Campinas e voltado para a população Transexual daquela cidade.

Esta pesquisa vem para estimular a reflexão nos indivíduos que pretendem alterar suas formas corporais, quantificar esses dados e compreender algumas questões psicológicas que envolvem a busca pela redesignação sexual desacompanhada de atendimento específico.

OBJETIVOS GERAIS


Levantar o perfil da população Transexual/Travesti da cidade de São Paulo, a fim de viabilizar uma rede global de atendimento à saúde.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

1. Reduzir os danos à saúde pelo uso indiscriminado de silicone industrial e hormonioterapia;

2. Ofertar informações para os homossexuais e transgêneros sobre as várias técnicas de modificação do corpo e seus riscos físicos e psíquicos;

3. Estimular a reflexão dos riscos à saúde que estão envolvidos na prática da aplicação do silicone industrial e da hormonioterapia, antes da decisão de iniciar o uso indiscriminado destas substâncias sem acompanhamento especializado;

4. Oferecer atenção Psicológica à saúde de travestis e transexuais e promover encaminhamentos para outras especialidades, buscando um atendimento global;

5. Produzir material informativo para os usuários efetivos e usuários em potencial;

6. Desenvolver protocolos de acompanhamento clínico junto a outras especialidades;

PROPOSTAS PARA AÇÃO:

1. Levantamento de dados através de pesquisa;

2. Apoio psicológico para os usuários que apresentem conflitos referentes ao seu corpo e desejo de transformá-lo;

3. Apoio psicológico para indivíduos que já utilizam e/ou já utilizaram silicone industrial e hormonioterapia;

4. Divulgar informações quanto aos riscos do uso do silicone industrial e hormonioterapia.

PARA PARTICIPAR

1. Envie um e-mail para nucleopsicologia@bol.com.br com o assunto PESQUISA;

2 . Você receberá um e-mail com o questionário da PESQUISA anexo;

3 .Responda o questionário e depois devolva ao Núcleo Psicologia;

4. Em caso de dúvidas, entre em contato pelo telefone (11) 3297-7100

No Fashion Rio, a travesti Patrícia Oliveira revela: 'Sempre quis ser famosa'


A morena vai desfilar pela grife masculina Complexo B, última a desfilar na temporada, nesta sexta-feira, 16

Florença Mazza e Flávia Motta Do EGO, no Rio

Patrícia Oliveira, nome artístico de Patrícia Araújo, o travesti que promete fechar o Fashion Rio com chave de ouro, chegou à Marina da Glória causando frisson. A morena vai desfilar nesta sexta-feira, 16, para a grife masculina Complexo B e promete ficar para a história da semana de moda carioca. Sorridente, ela chegou vestindo uma calça social justa e uma blusa dourada frente-única.

Casada há dois anos com um inglês, Patrícia já passou por duas cirurgias - uma rinoplastia e colocação de silicone nos seios. Mudança de sexo, nem pensar. "Já tive vontade mas caí na real que não me falta nada. Quando as pessoas sabem, rola até mais interesse, fetiche", explica. "Sempre saio com uma amiga na balada e às vezes ela fala para os meninos que eu não sou mulher. Eu digo: 'Assim você está só aumentando meu ibope'", conta ela, que diz ter saído com vários famosos mas não revela o nome de ninguém.

Patrícia Araújo desfila sua beleza pela Marina da Glória
Conhecida da promoter Liège Monteiro, a travesti foi indicada para o desfile da Complexo B quando o estilista Beto Neves disse que procurava alguém diferente. Nos bastidores da marca, ela chegou faltando mais de duas horas para o início do desfile e se sentou na cadeira do prestigiado maquiador Max Weber. Durante a sessão de maquiagem, Beto jogava a auto-estima de Patrícia lá para o alto. "Você está aqui porque você é uma estrela", dizia.

Patrícia tirou registro de atriz recentemente e se prepara para estrear uma série de TV. Com 25 anos, ela mora no Rio de Janeiro e vem se dedicando também a trabalhos como modelo. "Já saí na 'Marie Claire' contando minha história", disse. Nascida e criada na Ilha do Governador, Zona Norte da cidade, Patrícia virou travesti pouco antes de completar 14 anos. Aos 16, teve o primeiro namorado. "Nessa idade comecei a receber muitos elogios e resolvi que queria ser modelo. Meu sonho sempre foi ser famosa", contou.

A musa inspiradora de Patrícia é a modelo Raica Oliveira. "Meu nome é Patrícia Oliveira até por causa dela. No meu dia-a-dia as pessoas dizem que meus traços são muito parecidos com os dela. Ainda não tive o prazer de conhecê-la mas meu cabeleireiro disse que vai nos apresentar", disse ela, elogiando a beleza da ex de Ronaldo que foi descoberta pelo caça-talentos Sérgio Mattos.

Serginho, aliás, se encantou com Patrícia. "Genteeee, ela é melhor que a Roberta Close. Bonita para caramba, tipo garota da 'Playboy', confunde mesmo. Imagina ela no Salgueiro, é muito melhor que essas mulheres do samba", elogiava ele. Não à toa, ela foi eleita a Miss Universo Transex, concurso disputado em Florença, na Itália. Tanta beleza, ela jura, já provocou acidentes. "Corro no calçadão de Copacabana todo dia mas, como chamo muita atenção, tem de ser de camiseta larga. Muita gente já bateu de carro olhando para mim", esnoba.

SEGUNDA VIA DE DOCUMENTOS SÃO GRATUITAS


FONTE: JORNAL BOM DIA BRASIL


Os tempos são de informação rápida, conhecimento cada vez mais disponível. Mas quem arriscaria dizer que conhece todos os seus direitos?

"Vou tirar segunda via do RG do meu filho. Vou ter que pagar R$ 23,78. Nem procurei isenção", afirma o segurança Francisco Salvador.

Na maioria das vezes, a segunda via de documentos como o RG e também de certidões é cobrada. Mas a pessoa pode ter acesso de graça. Para isso, o interessado deve preencher uma declaração, dizendo que não tem condições de pagar pelo documento. Em São Paulo, isso significa se livrar de uma taxa que varia de R$ 20 a R$ 35.

"Essa segunda via seria para tirar um dinheiro no banco porque eles não aceitaram no momento. Eu preciso desse dinheiro e não tenho como pegar. Cobraram R$ 23, não tenho como pagar porque estou desempregado", comenta o desempregado Oscar de Jesus.

O mesmo vale para o CPF, a carteira de trabalho, e as certidões de nascimento e óbito. Em caso de roubo, a segunda via do RG também sai de graça em São Paulo e no Rio de Janeiro. Mas é preciso apresentar a ocorrência registrada na polícia.

"É bom, ajuda bastante a gente. Tem gente que não tem condições de pagar. Não é todo mundo que tem condições", diz o desempregado Ricardo Santos da Cruz.

Cantora alemã de 16 anos é operada e se transforma na mais jovem transexual


MAURÍCIO HORTA
colaboração para a Folha de S.Paulo
05/02/2009 - 08h16

A cantora e modelo alemã Kim Petras, 16, explicou em seu blog por que passou tanto tempo sem dar notícias: esteve duas semanas no hospital, de onde saiu como a mais jovem transexual do mundo. "Tudo correu bem e por enquanto estou feliz", escreveu Kim em novembro --antes da operação, ela havia lançado o single "Fade Away" (desaparecer).

Kim começou a tomar hormônios femininos aos 12 anos, quando era Tim. "O caso, pioneiro, foi polêmico na Justiça alemã. O tratamento só poderia ser feito na maioridade, mas os médicos consultados concordaram", diz o psiquiatra Alexandre Saadeh, do Instituto de Psiquiatria do HC de São Paulo.

O transtorno de identidade de gênero pode começar aos três anos. "Mas nem toda pessoa será transexual", diz Saadeh. Por isso, é importante esperar que a personalidade esteja definida.
No Brasil, o tratamento hormonal é liberado aos 18 anos --"embora haja pessoas de 12 anos se automedicando com anticoncepcional", conta Saadeh. Para a cirurgia, o mínimo é 21 anos.

O ideal, segundo o psiquiatra, seria o tratamento hormonal antes de virem as características sexuais secundárias (como pelos).

A solução da Sociedade [Internacional] de Endocrinologia é que a puberdade seja bloqueada até os 16 anos. No Brasil, contudo, esse bloqueio não é permitido.

Comentário:

Se me permitem um comentário, não acho que ela tenha se tornado Transexual. Muito pelo contrário, deixou de sofrer com os dilemas da transexualidade. Provável que vá viver sua vida como qualquer outra menina de 16 anos e não sofrerá mais. É um pecado nos condenar aos rótulos da sexualidade. Hoje, provavelmente, Kim gostará de ser lembrada pela sua música e pelo fato de ser cantora, não por que passou por uma cirurgia de adequação corporal e agora sim ganhou o prêmio de ser "transexual". - E o que ela era antes, uma bicha louca querendo ser mulher? Não faz sentido!!

Se o Brasil permitesse que trabalhassemos com crianças Transexuais, muitos traumas e disturbios psicológicos seriam evitados. Provavelmente se repensaria a transexualidade não como sendo uma doença, um transtorno, e sim como um fenomeno natural, que optará pela transição quem quiser fazê-la, assim como a cirurgia, e seriamos respeitadas apenas como cidadãs, não mais fazendo "mudança de sexo", mas sim uma "adequação do sexo".

Temos muito o que caminhar. E que Kim possa viver sua vida agora, sendo quem ela realmente é... Kim, a cantora!

Beijos,
Alessandra Saraiva
Coordenadora do Terças Trans
APOGLBT-SP