segunda-feira, 30 de março de 2009

Transexualidade: mãe, nasci no corpo errado!


O que você faria se fosse mulher, mas nascesse no corpo de um homem? Essa pergunta explica, um pouco, o que é ser transexual, condição que faz uma pessoa do sexo feminino ou masculino agir e pensar como se fosse do sexo oposto. A maioria dos casos conhecidos é de pessoas na faixa etária dos 20, 30 anos, mas há exemplos de crianças que sofrem, desde cedo, por terem nascido num corpo que não condiz com sua identidade sexual.

O assunto foi abordado recentemente na reportagem "Quero ser visto como um rapaz " , conduzida por Bárbara Walters, uma das mais influentes jornalistas americanas, para o programa 20/20 da rede ABC. Na realidade, a reportagem foi a continuação de uma outra realizada em 2004 sobre crianças transexuais. Na minha opinião, esse material serve para esclarecer e informar sobre um assunto ainda pouco discutido, cercado de preconceito e intolerância, inclusive da própria família.

Infelizmente, muita gente ainda trata o transexualismo e homossexualismo como algo anormal, relacionado a desvio de conduta, doença e, no pior dos casos, libertinagem ou corpo possuído pelo diabo (sim, já escutei até isso). Não sou porta-voz da causa gay, mas acredito que qualquer pessoa tem o direito de buscar a felicidade e sentir-se bem na própria pele. Para aqueles que ainda julgam transexuais e homossexuais, credito o comportamento a total falta de informação, ignorância mesmo.

Pesquisas já provaram que crianças e adolescentes transexuais que contam com o apoio e a comprensão dos pais crescem, praticamente, longe da marginalidade, não se envolvendo com drogas ou relacionamentos de risco que podem transmitir doenças como o vírus HIV.

Com certeza não deve ser fácil para um pai ou uma mãe, mas acho que a falta de informação torna tudo ainda mais difícil. Na busca que fiz, não encontrei instituições de apoio a transexuais no Brasil, talvez porque o assunto ainda é pouco discutido. Por isso resolvi traduzir um pouco do material que encontrei aqui nos Estados Unidos, compartilhar as histórias de duas crianças, Rebecca e Ryan*, hoje legamelmente conhecidos como Jeremy e Rachel, e listar os sites americanos de apoio a transexuais que, apesar de escritos em inglês, são bastante informativos e poderão ajudar mães e pais brasileiros que vivem a mesma experiência.

* Nome fictício para proteger a identidade da criança

Gênero e sexualidade

Um transexual pode, facilmente, ser confundido com um homossexual, isso porque seu gênero sexual não determina sua atração sexual. Existe grande diferença entre sexualidade, atração sexual e o gênero com o qual você se identifica.

Ninguém sabe ao certo porque crianças como Rachel e Jeremy são transexuais, existem apenas teorias. Uma delas é de que nas primeiras oito semanas de gravidez, o cérebro de todos os fetos são iguais: femininos, por natureza. Somente depois que a testosterona surge no útero é que o cérebro masculino começa a desenvolver-se. Alguns cientistas acreditam que, durante esse estágio, ocorre um desequilíbrio hormonal, fazendo que o cérebro da criança transexual seja desenvolvido de forma oposta ao seu sexo biológico. Por isso algumas pessoas, mesmo nascidas homens, sentem-se como mulheres e vice e versa, porque seu cérebro foi desenvolvido como tal. Os cromossomos XX e XY são responsáveis apenas pelo desenvolvimento físico do feto como homem ou mulher.

FONTE: http://www.desabafodemae.com.br/home.php?acao=reportagens&subact=reportagem&cod=33

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