quarta-feira, 8 de julho de 2009

23.06.2009 - Silicone Líquido! Onde mora o perigo? Cinedebate: filme Bombadeira.








Muitas pessoas vieram prestigiar a reunião de hoje. Começamos com a exibição do filme Bombadeira de Luiz Carlos de Alencar que fala sobre a vida das travestis em Salvador e também da sua relação com o silicone líquido e com as bombadeiras (a pessoa que injeta o silicone líquido e modela o corpo da paciente).

O filme em já fala por si. São cenas fortes e reais que ilustram bem a realidade de quem vive lado a lado com a exclusão social. Os procedimentos "cirurgicos" de injeção de silicone industrial são altamente dolorosos e sem nenhum tipo de aparato emergêncial. E fica então a pergunta: pq o uso de silicone industrial é tão comum no meio das Travestis, se sabemos os riscos que estamos correndo? - que são muitos!

O uso do silicone industrial é decorrente da necessidade da travesti e da transexual de alterar o seu corpo e adequá-lo a sua realidade psiquica. Sem condições financeiras que banquem os altos custos cirurgicos e ainda o enfretamento do preconceito da classe médica, não resta alternativa senão apelar para o uso do produto, que é tóxico e causa sérios danos a saúde.

No filme, histórias de pessoas que usaram, que se deram relativamente bem, que se deram muito mal, e também de parceiros de travestis que morreram por conta da aplicação de silicone.

No salão de reunião, uma trans nos conta como foi a sua experiência com o silicone líquido e o quanto foi discriminada no sistema de saúde público por conta disso. Devido ao desconhecimento, muitos médicos a trataram com descaso e indiferença. Ou de maneira extraordinária causando constrangimento. Mais uma vez citamos a questão do nome social como um obstáculo ao acesso à saúde por parte desta população.

O tempo se foi em meio ao relato, mas ficamos de conversar mais sobre o assunto durante as próximas reuniões. Este assunto não é novidade, mas ainda há muito o que dialogar, principalmente com os gestores de saúde, tendo em vista o desconhecimento da classe médica sobre as nossas demandas.

Nos encontramos na próxima!!

Um comentário:

  1. Às vezes penso que o MAIOR problema das TGs (seja trans ou Trav)é a falta de cumplicidade dos T-lovers para com vocês, meninas tão carentes... (Eu disse 'maior' e não único!)

    Mulheres, GGs, se perfumam, se vestem, se produzem, se enfeitam... tudo para chamar a atenção de um homem para um relacionamento...

    TGatas fazem o mesmo e ainda muito mais. (Por isso mesmo são muito mais belas do que tantas GGs!) Mas, na maioria das vezes tudo o que conseguem é um convite, em secreto, para uma noite de sexo. E só!

    SE nós TLovers não sofrêssemos tanto pelos preconceitos da "américa católica" e declarássemos com um grito, em alto e bom som, o quanto amamos as almas femininas, talvez esses doces de pessoas - me refiro às TGatas - não precisariam se submeter a tantos riscos como de uma aplicação de silicone industrial!!! (deosdocéu!!! Que isso???).

    Por isso, na condição de T-lover, sugiro e reivindico que esta associação dê mais atenção a nós, que temos tudo para sermos um forte ponto de apoio para nossas meninas, que parecem que vivem tão longe de nós!!! E se muitos T-lovers naõ têm consciência deste fato, ajudem-os a perceberem isto!

    Não esqueçam: Somos homens, machos, guerreiros, e não queremos ser "soldados pedindo esmola" (R.Russo). Temos a faca e o queijo nas mãos. Por favor: Dividam com a gente suas dores! Eu lhes peço.

    A música SOLDADOS do Legião Urbana resume muito bem o sentimento de um T-lover. É o que parece! Ouçam!

    Abraço a todas!
    Sinceramente,
    MARQUITO

    ResponderExcluir