
Todos viram na TV. Uma senhora com seus 47 anos, feia, gorda e que, sonhadora, pisou num programa de televisão para cantar e recebeu como boas-vindas uma saraivada de risos e comentários depreciativos. No minuto seguinte, colocou a todos de boca aberta, diante da sua voz incrível.
O fato fez-me pensar na pequenez do ser humano e mais propriamente na condição de nós transexuais. Não somos, na maioria das vezes, o exemplar padrão de mulher, por tantas e tantas questões – físicas ou estéticas – e por conta disto, colhemos tanto deboche social.
Que bom que a mesquinhez social vez ou outra leva seus escorregões, diante dos pré-julgamentos que escapam diante do que seria o padrão do bem-sucedido, do bem-apresentável.
A mim, é muito saboroso ver as pessoas tropeçarem em seus conceitos aparentemente estáveis. Incluo-me nisto também. È muito bom ver a des-montagem dos parâmetros que norteiam a noção de respeito ao outro.
E diante deste fato exemplar ocorrido com a Srta Susan Boyle, quão pequenos se tornam os “ajustes” de aparência que fazemos, os discursos de adequação estética que proferimos.
Fico aqui pensando EM QUÊ realmente eu devo me aplicar, para a celebração da minha feminilidade? Penso um pouco mais, e me vem à cabeça a alegria de ser autêntica e tipicamente eu mesma. Chego até a concluir, e concluo com tal realização, que devo sim me debruçar sobre o que eu tenho de peculiar – a minha capacidade, meu talento, um jeito especial para fazer muito bem determinada atividade.
E aí, eu me reporto a todas vocês. Longe de querer qualquer comparação, mesmo que vivamos expostas a isso o tempo todo, sejam AUTÊNTICAS. Exerçam satisfeitas, o direito de serem tipicamente o que são. O valor da peculiaridade é um atalho bem curto ao sucesso.
Beijos
Tânia Granussi
23/04/2009
QUER SABER QUEM É SUSAN BOYLE?
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http://www.youtube.com/watch?v=xRbYtxHayXo